domingo, 14 de dezembro de 2014

Antes da viagem me meti numa briga de cachorros de minha estimação, pode?



Já mencionei que o dia da minha viagem é 15 de dezembro, não foi? Então... Quatro
dias antes da minha viagem meus dois cachorros resolveram brigar. Tudo bem até aí, até porque nenhum dos dois realmente se machucou; apenas o Bobby ficou novamente acuado e a Lisa, ávida por briga, depois que finalmente consegui separar os dois. Porém, eu fui mordida nos dois punhos e no joelho direito também, já que, de alguma forma, eu caí e quando vi estava tentando separar os dois anjinhos com a ajuda das pernas.

Resultado: cachorros separados, Bobby na casinha e Lisa no banheiro de casa - o único lugar de onde ela não consegue escapar - e eu pingando sangue pela casa pensando que era da Lisa. Depois que eu me certifiquei que os dois estavam bem, fui lavar meus braços e vi dois furinhos - um em cada punho. Passei álcool, lavei com sabão, com sabonete...e as gotinhas de sangue continuavam saindo. Não tinha como resolver nada naquele instante porque tinha dentista e já precisava sair então coloquei apenas band-aid, mas depois que saí do dentista fui no ambulatório de uma farmácia para fazer curativo. Não havia necessidade de tomar nenhuma vacina anti-rábica porque os dois cachorros são vacinados. A moça que fez os curativos fez ponto falso e disse que eu só retirasse os curativos 3 dias depois. Fazer o quê, né? Eu precisava que cicatrizasse ou sei lá o que poderiam pensar ou falar no momento que eu estivesse embarcando no navio. Depois fiquei pensando que podia ter sido pior: e se minha pele tivesse rasgado? E se o dente do Bobby tivesse pego em algum tendão? Agradeci a Deus que nada pior aconteceu e fica a dica que eu já conheço e que não usei: NÃO SE METER EM BRIGA DE CACHORRO. Não que eu vá deixar meus cachorros se matarem da próxima vez
(não foi a primeiro e não creio que vá ser a última), mas é bom tentar ver outras formas de separá-los que não botando a mão onde não devo. Depois deste acontecimento já me disseram para usar o extintor de incêndio do carro neles, que o barulho do jato de dentro do extintor assustaria e eles parariam de brigar; já me disseram para bater uma panela em outra para fazer barulho; para jogar água, e a que eu mais gostei: pegar uma garrafa de refri de dois litros seca, amassar um pouco para retirar parte do ar de dentro e colocar feijão e na hora da briga, jogar no chão com bastante força. Eu não vou estar aqui da próxima vez, mas minha mãe e meu namorado já vão tentando organizar a melhor forma de evitar uma briga ou apenas separá-los novamente, se for preciso. O blog é
sobre o cruzeiro e aqui estou eu falando sobre briga de cachorro. Mas quando esse tipo de evento pode colocar em risco o desempenho do meu trabalho no navio, acho que é válido compartilhar. É isso! Ah, já tirei os curativos e está tudo bem.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Agradecimentos

À inteligência suprema e causa primeira de todas as coisas. É a Ele que agradeço primeiramente. Por ter me concedido a oportunidade de nascer no seio de uma família maravilhosa, equilibrada,unida, feliz e - ouso dizer - sábia. Porque foi através destas pessoas que me cercam que eu me tornei quem sou: meus valores, meus princípios,minhas crenças, minhas forças. E dentro da minha família linda, além da minha mãe Patricia - tão amável- meu pai Moura, minha irmã Cristine, sempre tão forte, meu irmão Pedro, minhas tias Peregrina e Poliana, meu tio Helder, minha vó Wilma, que também amo tanto, está meu namorado Sergio, meu oposto que me completa, meu paciente companheiro, meu amor. E todas as outras pessoas da família que não coloquei aqui mas que fazem parte da minha vida e que também me moldaram com palavras, gestos, convívio.
Agradeço também aos "anjos" que aparecem na minha vida, que me impulsionam para lugares quen nem eu esperava chegar: meu primo Willer, um valente de coração mole, que me acolheu pra dentro do teatro, meus companheiros do grupo Grite, meus amigos, colegas e professores do curso de teatro da Universidade Federal do Ceará; ao pessoal da Rosa dos Ventos, agência que seleciona e qualifica tantos sonhadores que também vão embarcar ou que já embarcaram nesta aventura de trabalhar em cruzeiro. A todos os meus colegas de trabalho, que já foram e aos que ainda são, sem esquecer da Tici e da Yara, que também foram importantes na minha formação profissional. Seguindo a ordem cronológica da minha vida, agradeço por último, mas não significa que seja menos importante, ao Alberto, afinal de contas este blog não existiria sem ele, que idealizou e criou. Muito obrigada de coração a todos aqui e os que eu não citei os nomes não significa que não lembrei. Amo do mesmo jeito!
Quero que este blog seja não apenas o registro das experiências do cruzeiro, mas também a prova do que eu vivi por conta do que me tornei por causa de cada um de vocês na minha vida. Sou o que sou porque tenho vocês!

domingo, 16 de novembro de 2014

Por onde começar

Trabalhar em Cruzeiros – Perguntas Frequentes

Que idioma é essencial para trabalhar a bordo? Todas as companhias possuem o inglês como idioma oficial, visto que um navio de cruzeiro pode ter até 30 nacionalidades diferentes trabalhando a bordo. Já imaginou ter que conversar em tagalo com um filipino ou hindú com um indiano? Algumas companhias possuem preferência por mais de 1 de idioma, como o caso da Iberojet e da Costa Cruzeiros, que possuem preferência por candidatos com o idioma espanhol e italiano respectivamente.
Caso seja aprovado numa agência de recrutamento, qual o passo seguinte? Se aprovado, será encaminhado para um curso de vida à bordo, geralmente ministrado por ex-tripulantes. Apesar de assustar algumas pessoas no começo, este curso é importante, pois transmite a realidade do trabalho num navio de cruzeiro. Passado este treino, vai ser encaminhado para a entrevista com representantes da companhia. Cada companhia possui o seu método de entrevista e as suas etapas. Estas informações serão fornecidas pela agência de recrutamento.
Passado a entrevista qual o próximo passo? Exames médicos e STCW (que explicarei a seguir). Os exames médicos variam de companhia para companhia, mas em geral os exames são os seguintes: Hemograma completo, Exames de urina e fezes completo, TGP e TGO para identificar hepatite, Teste de Mantoux (PPD) para identificar tuberculose, Raio-x de pulmão, Cultura de garganta (Orofaringe), Anti-doping completo. Este exame detecta qualquer substância, e é realizado por todas as companhias de cruzeiro. Algumas companhias realizam o exame antes do embarque e outras depois de embarcado. Durante o contrato os tripulantes realizam este exame periodicamente. Caso seja identificado substância proibida no organismo do tripulante este é automaticamente desembarcado, e se for encontrado drogas ilíctas com o tripulante, este é colocado à disposição do país onde o navio está atracado. Em alguns países a posse de estupefacientes é pena de morte, a exemplo do que ocorre na Indonésia e Marrocos. Pense bem!
Qual a validade dos meus exames? Eles são aceitos em outra companhia? Em geral 1 ano, mas em alguns casos eles podem valer por 2 anos. Como cada companhia possui a sua lista de exames o exame de uma não vale para outra.
O que é STCW? STCW é a sigla em português para Treino de Vida a Bordo. Foi criado em 1978 e reorganizado em 1995. Todos os tripulantes de navio de cruzeiro são obrigados a realizar este curso a cada 60 meses (5 anos). Nele pode aprender técnicas de sobrevivência em caso de desastres, combate a incêndio, primeiros-socorros e relacionamento inter-pessoal. Poderá ainda incluir prova prática de combate a incêndio e simulação de sobrevivência em mar aberto.
Onde vou embarcar? Depende de onde o navio está no dia do seu embarque. Em geral os embarques são realizados nos Estados Unidos ou em algum país da Europa, quando no meio do ano. Quando no final do ano, pode ser que embarque no Brasil ou EUA.
O que é visto C1D? É um visto emitido pelo Consulado dos Estados Unidos para tripulantes de navios de cruzeiro. Caso o seu navio tenha o território americano como ponto de paragem, este visto torna-se obrigatório. Na realidade este visto são dois, pois o C1 é um visto de trânsito, que assegura ao tripulante de navio permanecer 72 horas em solo americano sem a necessidade de visto de turismo e o visto D é o visto destinado a marinheiros e tripulantes de navios. Informações sobre este visto são passados pela companhia antecipadamente.
Tenho que pagar a minha passagem aérea?Varia de companhia, pois cada uma possui a sua política de contratação. Existem as seguintes situações:
  1. Companhias que pagam a passagem de ida e descontam a passagem no salário, e não pagam a volta, que fica por conta do tripulante.
  2. Companhias que não pagam a ida, mas pagam a volta.
  3. Companhias que pagam a ida, sem descontos e não pagam a volta.
  4. Companhias que pagam a ida e a volta sem descontos.
  5. Companhias que não pagam nada. Fica tudo às custas do tripulante.
Vou saber qual a minha rota? Em alguns casos sim. Quando a companhia o contacta passando informações sobre a sua data de embarque, passagem e contrato, elas informam quais destinos o navio vai estar durante o seu contrato. Já informações sobre quanto tempo o navio vai ficar atracado em cada cidade são fornecidas em locais espalhados na área de tripulantes durante o cruzeiro.
O que é crew, staff e oficial? Crew é todo o tripulante que trabalha nos bares, restaurantes e departamento de housekeeping do navio. Em geral os crews possuem os melhores salários, mas também possuem a maior carga horária de trabalho. Staff são as pessoas que trabalham nos free-shops, casinos, recepção, excursão, entretenimento e lojas de fotografia. Em geral ganham bem menos que os crews, exceto os funcionários de free-shop e fotografia que ganham comissão sobre vendas. Em geral dormem em cabines melhores que as dos crews e possuem refeitório separados. Em algumas funções, os staffs usam roupa branca, como por exemplo o pessoal de recepção. Oficial é todo tripulante que comanda os sinais vitais do navio, como comandante, segundo-comandante, engenheiros, pessoal de manutenção, administração, segurança e recursos humanos. Usam roupa branca e as listas verticais nos ombros indicam qual o grau de importância possuem no navio. Os oficiais ganham salário fixo, dormem em cabines privativas e possuem refeitórios e camareiros próprios. As companhias geralmente contratam ex-oficiais da marinha e pessoas com cursos e muita experiência na função.
Posso fazer carreira a bordo de um navio? Sim, pode. Para isso basta destacar-se na sua função e ser bem avaliado pelos seus superiores. Geralmente as promoções acontecem depois do primeiro contrato. Existem casos de tripulantes que chegaram a cargos de gestão em apenas 3 contratos. Depende onde quer chegar. As companhias gostam de pessoas que façam carreira a bordo dos navios, pois com isso minimizam custos de treino e contratação de novos tripulantes.
Posso mudar de departamento e função? Pode, mas isso raramente acontece para tripulantes de primeiro contrato. Para se mudar de departamento, precisa esperar a abertura de uma vaga no departamento do seu interesse e candidatar-se à vaga. Uma entrevista vai ser realizada consigo e a bordo, e se aprovado a sua mudança é garantida.
Como é a rotina de trabalho em um cruzeiro? A rotina de trabalho é bastante puxada já que não há um dia de folga por completo. Há lacunas no período de trabalho, por exemplo: um empregado de quarto vai trabalhar das 7:00 as 13:00 e só volta entre as 19:00 e as 23:00. Este é o tempo que se tem para dormir e descontrair um pouco com a tripulação.
Que tipo de lazer há a bordo para tripulantes? Os cruzeiros investem em festas para que os tripulantes possam se divertir um pouco, conhecer e interagir melhor com a equipa de bordo. Essa iniciativa é para motivar os funcionários pois a desistência é grande devido a saudades da família, cansaço, sentimentos que afloram enquanto se encontra completamente isolado da sua rotina. Outro detalhe, não é permitido ao funcionário passear pelas áreas comuns do navio por onde circulam os passageiros, exceto, claro, garçons e animadores. Mas é possível, em período de folga, quando o navio estiver ancorado, dar um passeio pela cidade, conhecer, fazer compras, fotos, etc.
Quanto é o salário médio? Aqueles que recebem gratificações dos passageiros (garçons, barmans, camareiras, etc) ganham em média entre U$1500 e U$4000 por mês com as gorjetas já incluídas. Os que não recebem gratificações (técnicos, navegadores e escritório) recebem entre U$350 e U$500 por semana. Os gastos são praticamente zero, pois as companhias fornecem uniformes, alimentação e acomodação (em geral 2 a 4 tripulantes por cabine). O atendimento médico é gratuito. O seu empregador irá pagar pelo seu seguro saúde. O acesso a internet é caro a bordo, também há freeshops e bar da tripulação.
Quais as vagas oferecidas e como obter mais informações? Num cruzeiro também há procura por outros profissionais como massagistas, personal trainers, vendedores, recepcionistas, animadores, esteticistas, médicos, entre outros, nesses casos o inglês fluente é imprescindível.
Posso sair do navio? Pode, mas não poderá conhecer tudo na velocidade que gostaria. Isso vai depender da sua escala de trabalho no dia que o navio está parado. Em geral os crews possuem de 2 a 6 horas de folga em terra.
O que é de responsabilidade da companhia quando estou embarcado? A companhia é responsável pela sua acomodação, alimentação, uniforme, e assistência médica, sem gerar custos finais ao tripulante. Despesas pessoais (alimentação em terra, compras, ligações, etc) são a cargo do tripulante.
Posso usar o telefone e a internet a bordo para comunicar com a família? Pode. As companhias possuem este serviço a bordo para os tripulantes, mas é cobrado, pois os telefones e internet do navio funcionam via satélite e o seu custo é elevado, sendo recomendado o uso somente em casos excepcionais. Caso queira comunicar com alguém em terra, espere o navio parar em algum porto.
Quantos dias da semana irei trabalhar? Como vou receber o meu salário? Vou ter que pagar impostos? Os 7 dias da semana são dias de trabalho num navio. Os navios trabalham com time-off. Days-off são dadas em raras ocasiões, como em casos de assistência médica ou quando um superior achou excelente o desempenho do tripulante na sua função. Em geral um tripulante que trabalha de manhã e à noite, folga a tarde por exemplo. Deverá receber o seu salário em dinheiro, livre de impostos, pois trabalha em águas internacionais. O dia de pagamento dos tripulantes varia de companhia para companhia.
Tenho direito a tratamento médico a bordo? Sim. No ato da contratação a companhia é automaticamente obrigada a prestar toda a assistência médica ao tripulante a bordo, sem custos. Caso seja necessário, a companhia desembarca o tripulante e cobre todas as despesas médico-hospitalares. Em alguns casos a companhia envia o tripulante ao país de origem para que o tratamento seja realizado e paga todas as despesas de deslocamento e tratamento.
Quando vou desembarcar? Quando vou saber do meu reembarque? No dia do seu embarque você é comunicado sobre o dia que o contrato vai terminar. Quando o seu contrato termina, caso queira realizar mais um contrato a bordo, a companhia fornece-lhe o dia que você vai ter que se apresentar novamente.
Quanto tempo fico em terra de férias? Em geral o tempo de férias é de 2 meses.
Onde me posso candidatar? Há muitas agências que oferecem workshop gratuitos sobre trabalhar em cruzeiros e também capacitação profissional para a hotelaria marítima.
Em Portugal poderá contactar as empresas:
No Brasil poderá aceder aos sites das empresas:
Na Internet poderá consultar os sites das companhias que pretende candidatar-se.